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sábado, 7 de outubro de 2006

Babel (Fernando Py)




Diversamente de outros volumes de contos do autor, este nos traz narrativas em geral bastante curtas, às vezes apenas meros flashs, momentos críticos bem apanhados por Maciel. São narrativas que exploram sobretudo um episódio, mínimo que seja, e tratam de aprofundá-lo (quando o conto ultrapassa duas páginas) ou expõem-no em toda a sua crueza momentânea. Muitos talvez possam ser considerados crônicas, mas, essencialmente, se compõem de partes isoladas encaixadas umas às outras, cada qual com uma certa autonomia. Além disso, Maciel também explora a estrutura e a linguagem, experimentando novos modos de narrar: na peça que dá título ao livro, frases soltas de três narrativas se encaixam umas nas outras e o contexto se torna "ilegível" se percorrido linearmente, de tal forma que mais parece uma algaravia sem sentido, uma "babel"; talvez seja o mais criativo sob este aspecto. E o todo é excelente.

(Diário de Petrópolis, Petrópolis, RJ, 3/5/1998)
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