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sábado, 24 de março de 2012

Olho o poema (Teresinka Pereira*)

Como destravar o poema olho-poema, poemolho?
Francisco Miguel de Moura




Olho o que temo
iluminando o meu desatino:
um poema transformado
na mão que oferece
no rosto que aparece
no jovem que se foi...


O poema já me pesa
nos olhos, nas mãos,
no peito, nos ombros,
e principalmente na boca.
O poema ficou desafiando
o meu presente e o meu futuro.


Juro que este poema
foi um erro de cálculo,
um erro de tempo, de eco,
uma exibicão de rima
um diminuto querer
que já se acabou.


*Teresinka Pereira, poetisa brasileira e internacional, tradutora, ensaísta, mora nos Estados Unidos, onde foi professora de Literatura Brasileira. Atualmente dirige a IWA - International Writers na Artists Association. Endereço: P. O. Box 352048, Toledo OH 43635-2048, USA
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