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sexta-feira, 27 de abril de 2012

Breves comentários sobre “Marco do Mundo”



Sergio Lucena:
Meu caro W. J. Solha. Acredite-me, pois não tenho dúvida: o Marco do Mundo é um marco literário. Acabo de fechar o livro, que li de um único golpe, não posso imaginar outra forma de ler este texto, estou tonto. Quando me recuperar vou ler novamente e te escrevo mais a vagar.

Christina Bielinski Ramalho:
Recebi e já li umas três vezes seu novo épico. Adorei o livro. Nele os corvos cederam, magnificamente, espaço ao pavão e ao leão, e isso "marcou" realmente um canto novo, ainda que os laços (afetivamente expostos em verso) com os trigais sejam inegáveis. O que penso de você como artista: veloz como Álvaro de Campos; multifacetado como Picasso; impressionante como Bosh; erudito e irreverente como Rabelais; multic(d)olorido como Van Gogh; ácido como Fonseca; simbólico como Mallarmé; profético como Bispo; louco como Cervantes; dramático como Shakespeare; maldito como os apócrifos. Em Marco do Mundo a fera ruge.

Celso Japiassu:
É um grande, belo poema, síntese universal, uma construção poética de fôlego, moldura de uma transcendente realidade que só a poesia permite.

Affonso Romano de Sant´Anna:
Marco do Mundo é o turbilhão mental de um trigal, continuação da tempestade poética que você desencadeou há tempos. Um grande concerto de rock poético/profético.Todas as culturas, todas as alucinações, você cidadão do mundo plantado no umbigo da Paraíba,

Caio Porfírio Carneiro:
Sua arte, além de lírica, é igualmente impressionista e cósmica. Elíptica e abrangente. Você já é primeiro time há muito tempo.

Nilto Maciel, no blog Literatura sem Fronteiras:
Não posso analisar este edifício literário. Não por ser incapaz de fazer análise, mas por ser impossível analisá-lo. Bem que tentei. E sabem quem também descobriu isso? Ivo Barroso, que é poeta dos bons, tradutor de clássicos e crítico literário de garras afiadas e mãos de veludo. Assim: “É um poema-rio-mar-oceano tsunâmico. Monumental, aldebarã poética, afresco que explora todas as diretrizes líricas e zodiacais do verso. Uma obra inanalisável”. Tudo é grandioso, monumental (como observou Ivo Barroso) e até apocalíptico (Apocalipse), desde os primeiros versos. E mais não ouso anotar, estarrecido que estou, quase em estado de catatonia.

Renato Alves:
fiquei encantado com tão rara preciosidade poética. O imortal Sérgio de Castro Pinto definiu a obra com o adjetivo Excelente, eu acrescento: Megaexcelente.

Jessier Quirino:
Meu cumpade Solha. Recebi aqui o seu Marco do Mundo de altura e robustura tão jequitibá que vara grande não mede e chumbo não contrapesa. Vou botar no meu currículo.

Vladimir Carvalho:
Solha, Salve. Chegou aqui seu artefato. E era só uma primeira folheada, meio acariciando o pequeno volume, curtindo a "metropolitana" capa, mas quando dei fé de mim foi subindo (ou descendo?) a sua Babel de estrondos abissais, e não mais pude abandoná-lo, a não ser ao termino de sua última linha. Não é um poema, é um torvelinho arrebatador.

Cláudio José Lopes Rodrigues:
Recebi seu Marco do Mundo. Que viagem fantástica!

Magno Nicolau:
li num fôlego só. É um trabalho que Marca o Mundo, e nos faz repensar a poesia nos tempos atuais. É um novo estilo que se inaugura, com objetividade e apreensão.

Osvaldo Travassos:
Magnífico! Li de uma golada só. Lendo, mergulhei nesta casa, neste poema, neste Marco do Mundo, me sentindo, primeiro, olhando para um abismo que, aos poucos, foi se preenchendo em uma imensa edificação, que panteisticamente falando, era você! A cada imagem bonita que via, páginas e páginas marcadas. Você não tem jeito!

Eliane Giardini:
Mês passado estive em NY, visitei o Guggenheim e havia, acho que ainda há, uma exposição de Maurizio Cattelan, te mando uma fotos se é que já não viu pelos jornais. Teu poema é um pouco primo dessa obra, um inventário da humanidade. Ora vem com imagens somente descritíveis por um poeta como você, ora parece uma gigantesca escola de samba, com suas alas. Às vezes acontece na vertical, outras na horizontal. As imagens engarrafam na saída feito teus anjos. Fui lendo e rabiscando imagens que se associavam às suas, escrevi de cara, Guggenheim, Dr. Parnassus, Poema Oblíquo do Fernando Pessoa, para poder reter um pouco desse espólio psicodélico. Cada degrau de sua Torre é objeto de estudo de anos. Fico pasma com a quantidade de informação que você metralha a casa segundo. Meus aparelhos de percepção conseguem identificar dez por cento do material ofertado. É belo. É forte. É inspirado. É barroco. Seria um belo espetáculo ver você dizendo esse poema, juntando imagens, fotos, cenas de filme, trechos de músicas, tudo isso que povoa sua humanidade reconfigurada.

Hilton Valeriano:
Grandioso. Sem dúvida um marco na poesia brasileira.

Ruy Espinheira Filho:
Li, duas vezes, seu formidável Marco do Mundo. Tão formidável que falar sobre ele se torna dificílimo, pois tratar em prosa o que é tão alta poesia raia as fronteiras do impossível. Ainda mais: teria que ir além. Na verdade, só quem pode mesmo tratar de Marco do Mundo é... Marco do Mundo! Nos perdemos e nos encontramos nele como o que ele é: realmente um mundo. Sim, nos encontramos, fazemos parte dele e de todo o seu espanto – e nele somos tudo, inclusive anjos com asas como mãos postas às costas (imagem simplesmente fabulosa). E aí está o mundo, um universo, que é o seu poema: história, literatura, textos sacros, tumultos, meditações, lendas, religiões, heresias, pintura, poesia... sobretudo poesia, claro. E a inelutável sorte do Poeta: “Independência ou morte!” Tudo se fazendo no Tempo – na bruma de lossiglos. E, ao final, fatalmente, o encontro da Forma... Marco do Mundo é poema de raríssima densidade e abrangência.

Hildeberto Barbosa:
Li o Marco do Mundo de uma assentada. Parei em alguns versos que me tocaram, considerada a singularidade do lirismo. Mas seu poema, caudaloso e caleidoscópico, bem à sua maneira, tem as fundações no ephos. Daí seu tom quase permanentemente prosaico. Você possui o fôlego para os grandes temas, a ansiedade das coisas totalizantes e a inquietação da angústia da influência. Digamos que, para reinventar a história do mundo, em especial, a história cultural do mundo (talvez fosse melhor história espiritual à Hegel), você arquiteta, com sua rica e intensa mathesis - segundo Barthes, conjunto de saberes - uma estranha, surpreendente e delirante bricolagem. A construção do Marco/Mundo me parece a própria elaboração do Marco/ Poema. A veia filosófica comporta também uma reflexão estética, interna e itinerante. Pensar o mundo é pensar a poesia. No final, a trajetória do poeta, percorrendo os círculos infernais das palavras, me lembra a Divina Comédia. Há alguma coisa daquela luz dantina (e não dantesca), quando o poeta parece viver o Paraíso da "encerrada obra". Se você ousar - e você tem tutano para isso - faça um terceiro longo poema nessa linha de preocupação. Com Trigal com Corvos, você terá uma soberba trilogia poética. Abraço forte. HBF

Joedson Adriano:
É difícil parar de ler é como se fosse uma cachoeira atrás da outra.

Hugo Almeida:
Marco do Mundo é uma obra-prima. Rapaz, você já abre o volume com um verso maravilhoso: "Abre-se o abismo de pedra e susto". Marco do Mundo é um poemaço caleidoscópico: o mundo, aqui e além, hoje, ontem, sempre; artes, ilusões, dores, êxtases - tudo de maneira inusitada, única, como só W. J. Solha sabe e pode fazer (tem um eco dos grandes poemas clássicos, como os Cantos, do Ezra Pound, e Folhas de Relva, do Whitman, mas um clássico atual).
"Cabe ao Poeta
portanto,
avançar,
intrépido,
na página em branco."
É isso que você faz com brilho; mais: com genialidade (e fraterno amor pelo semelhante. Uma festa do espírito, ainda que alguma coisa (boa parte) eu não capte (ainda?) tal a riqueza de sua erudição. Arte de gênio, Grande Mestre.

(continua)
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